Terça-feira, Novembro 28, 2006
:: ECS 9 - EDUCAÇÃO, TRABALHO FEMININO E INFANTIL -TEXTO FINAL ( GRUPO D)
Marx e Engels consideravam abominável o trabalho das crianças e adolescentes na obra de produção no capitalismo. As crianças como os adultos eram considerados trabalhadores produtivos a partir dos 9 anos.A escola elementar deveria iniciar a instrução das crianças antes dos 9 anos, mas só conseguiram formas educacionais para amenizar a falta de instrução que transformava o ser humano num simples instrumento de aquisição e acumulação de capital.É dever da sociedade defender os direitos humanos de seus descendentes, segundo Marx e Engels. O trabalhador, muitas vezes é ignorante para compreender o verdadeiro interesse de seu filho, mas os mais cultos da classe operária compreendem que o futuro de sua classe depende da sua formação, que as crianças e os adolescentes terão de ser preservados dos efeitos destrutivos do sistema, que só seria possível mediante a força social e através das leis impostas pelo Estado.A sociedade não pode permitir que pais e patrões empreguem crianças e adolescentes que não estejam combinando trabalho e educação: EDUCAÇÃO INTELECTUAL, EDUCAÇÃO CORPORAL e EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.Para crianças e adolescentes de 9 a 18 anos deve acontecer um curso graduado e progressivo para educação intelectual, corporal e politécnica, elevando a classe operária. Devendo ser proibidos por lei o emprego dessas crianças em trabalho noturno e nocivos à saúde.A degradação moral ocasionada pela exploração capitalista do trabalho das mulheres e das crianças foi descrita por Engels em sua obra "Lage der Arbeitenden Klasse Englands" e por outros escritores.O embrutecimento do adolescente transformado pelo capitalismo em uma máquina de fabricar valia forçou o Parlamento inglês a fazer a freqüência deste a uma instituição escolar condição para o emprego de menores de 14 anos na indústria. Mas os fabricantes opuseram-se a essa obrigatoriedade, trapaceando e negando-se a cumprí-la. "Toda a crítica deve ser dirigida à legislatura que não contém nenhum dispositivo que garanta essa instrução, garantindo apenas o encerramento das crianças durante algumas horas entre quatro paredes, em um lugar chamado escola, somente garantindo o certificado subscrito por uma pessoa que se dizia professor."Esses professores muitas vezes não sabiam ler e escrever, marcando com uma cruz o certificado de freqüência das crianças. A partir de 1844, uma nova lei obrigava que o mestre escola assinasse, com seu próprio punho, com seu nome e sobrenome esse documento. Muitos desses professores não tinham capacidade de ensinar. Haviam escolas com professores capacitados, mas não conseguiam realizar um bom trabalho por causa do número excessivo de crianças de todas as idades, desde os 3 anos, que deveria atender e ensinar. Sua subsistência miserável dependia do maior número de crianças possível.Além do mobiliário escolar precário, a falta de livros e de material didático, numa atmosfera viciada e fétida com essas crianças fazendo nada. Muitas delas tinham o seu atestado de freqüência.Os fabricantes da Escócia excluíam essas crianças que eram obrigadas a freqüentar escola, demonstrando sua hostilidade a essa lei fabril.De acordo com essa lei 'Todas as crianças antes de começar a trabalhar numas dessas estamparias deve ter freqüentado durante 30 dias e não menos de 150 horas no decurso de 6 meses precedendo o primeiro dia de seu emprego. Mesmo trabalhando deveriam continuar freqüentando a escola por um período de 30 dias ou 150 horas em cada semestre, não menos de 2 horas e não mais de 5 horas. Atingindo a freqüência legal retornavam à estamparia por 6 meses, findos os quais, retornavam, obrigatoriamene, à escola. Muitas crianças esqueciam-se do que tinham aprendido nesse período longe da escola. Elas viviam para lá e para cá, até findarem as 150 horas.Isso tudo faz-nos pensar: Quem são esses pais e esses empregadores que mascaram o trabalho infantil, mostrando-se interessados nos estudos dessas crianças? Os donos dessas indústrias achavam que estavam fazendo um grande bem quando falavam: " Estou plenamente convencido de que se descobriu o verdadeiro segredo da produção de bons operários, que consiste em combinar desde a infância, o trabalho com o ensino." Esses meninos e meninas trabalhavam muito e durante muitos anos sem obter qualquer crescimento dentro dessas empresas e, quando terminava seu tempo de trabalho, por volta dos 17/18 anos, eram mandados embora, reforçando assim a fila da pobreza, do desemprego e do crime, pois não foram preparados para fazer outra coisa, senão seu trabalho mecânico e repetitivo. Nos deparamos a todo momento com criançasde 4/5 anos fazendo trabalhos perigosos com facas, facões, canivetes e outros. Seus pais não se preocupam com o perigo , mas com o rendimento, com a quantidade de dinheiro que essa mão- de- obra dá.As novas tecnologias desenvolvidas pelo sistema capitalista, para agilizar e aumentar sua produtividade, geraram entre os trabalhadores, uma busca contínua de emprego e uma diversificação profisional que lhes trouxesse solidez e segurança familiar.Uma maneira de suprir esta defasagem nas condições econômicas da família, resultante da perda dos meios de subsistência foi, e continua sendo, até hoje, a exploração do trabalho infantil, onde os pais exercem sobre seus filhos uma autoridade sem freio e sem controle vindo a deflagrar abusos nefastos nos quais se vê crianças trabalhando desde a mais tenra idade em ofícios que colocam em risco a sua integridade física e moral, onde meninas impúberes são vendidas, negociadas pelos pais com homens inescrupulosos para participarem de orgias sexuais, perdendo assim sua infância e inocência, colocando-as precocemente na prostituição, nas drogas e nas doenças, chegando ao ápice da degradação humana.Marx estava preocupado com a legislação a respeito do trabalho feminino e infantil, pois foi muito difícil conseguir aprovar as leis e depois de aprová-las não havia uma efetiva fiscalização para saber se estavam sendo cumpridas realmente, o que, realmente, não estava acontecendo. O interessante é que desde aquela época já havia uma preocupação com a exploração feminina no trabalho e com a jornada dupla que até hoje, algumas de nós ainda cumprimos, séculos depois. Ou seja, ainda somos exploradas na questão dos salários menores que recebemos para exercer as mesmas funções que as masculinas e a pressão social e familiar que sofremos para sermos donas de casas exemplares, com marido, filhos, casa sendo bem "cuidados". Praticamente, pedimos desculpas por trabalhar, garantindo em casa que o trabalho não vai atrapalhar a família e garantindo no trabalho que a família não vai atrapalhar o nosso rendimento. Nisso ele foi claro, quando comentou que se estava usando contra a mulher as suas melhores qualidades, que são a responsabilidade e a doçura e que a mulher sofre de escravidão doméstica, que só vai ser realmente livre quando homem e mulher tiverem direitos iguais. Hoje em dia, temos direitos iguais na lei, mas a grande diferença entre os sexos não reside nas leis e sim nas obrigações. Só seremos livres quando homens e mulheres tiverem obrigações iguais perante a família e a sociedade. Concluímos que as lutas de Marx e Engels, defendendo a educação das crianças e a emancipação feminina, são muito pertinentes e atuais e que devemos lutar, efetivamente, enquanto cidadãos e enquanto profissionais da educação, por esses direitos, construindo assim um sociedade melhor e mais justa para todos.*Componentes do Grupo D: Eliete, Roselaine, Sabrina, Sandra Caroni
2 Comments:
At 4:37 PM, Roselaine da Mota Zanette said…
Que beleza o seu blog, amiga! Amei!
Beijinhos!
Roselaine
At 7:27 PM, Simone Gimenes said…
Eliete, acabei de ler o texto do seu grupo sobre as idéias de Marx e engels e fiquei muito impressionada com a capacidade de síntese e a aprimorada reflexão crítica com que vocês abordam temas sociais tão atuais à luz da teoria Marxista. vocês conseguiram transpor a teoria para o empírico de uma maneira muito fácil e gostosa de ser lida. excelente trabalho. parabéns ao grupo.
Simone Gimenes - tutora
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